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sábado, 9 de fevereiro de 2013

Classes de isolamento em quadros eléctricos


O que é um quadro elétrico de classe I de isolamento?

É um quadro em que a proteção contra choques elétricos não é garantida apenas pelo isolamento principal, sendo necessária uma medida de segurança complementar, por meio da ligação das partes condutoras acessíveis (massa) ao condutor de proteção ligado à terra e que faça parte da canalização fixa que alimenta o quadro.
As regras essenciais da classe I consistem na equipotencialização entre todas as massas e o barramento de terra, por meio de condutores de proteção.

Ver secções 236.2 e 237.2 das RTIEBT.
A secção 7.2 da norma IEC 61140 tem a mesma interpretação.

O que é um quadro elétrico de classe II de isolamento?

É um quadro em que a proteção contra choques elétricos não é garantida apenas pelo isolamento principal. Para estes quadros elétricos da classe II são previstas medidas complementares de segurança, tais como o duplo isolamento ou o isolamento reforçado.
O quadro elétrico deverá ser equipado com barramento de terra ao qual serão ligados todos os condutores de proteção,  nunca podendo o invólucro ser ligado à terra.

Ver secções 236.4, 236.5 e 237.3 das RTIEBT.
A secção 7.3 da norma IEC 61140 tem a mesma interpretação.

Pode ser construído um quadro elétrico de classe II de isolamento com uma caixa (invólucro) metálica?

Sim, pode ser construído:

* Pelo fabricante em produtos de série (classe II de origem) com a respetiva marcação.

* Pelo construtor do quadro (quadrista ou instalador), utilizando um invólucro metálico de   classe I para construir um quadro elétrico de classe II desde que sejam respeitados os critérios de isolamento suplementar previstos no anexo I da parte 4 das RTIEBT.
O invólucro metálico nunca deve ser ligado à terra.Os equipamentos que não tenham duplo isolamento ou isolamento reforçado devem ser separados do invólucro metálico por um isolamento suplementar. Para a proteção das partes ativas, devem ser respeitadas ainda as 
medidas indicadas no Anexo I e V, da parte 4 das RTIEBT.


domingo, 3 de fevereiro de 2013

Ligação Pt 100 a 2 e 3 fios


1 Princípio de medição

Para a medição com termorresistores (Pt 100) é normalmente utilizado um circuito de medição do tipo ponte de Wheatstone, sendo que o circuito encontra-se balanceado quando é respeitada a relação R4.R2 = R3.R1 e desta forma não circula corrente pelo detector de nulo (galvanómetro), pois se esta relação é verdadeira, os potenciais nos pontos A e B são idênticos. Para utilizar este circuito como instrumento de medição de termorresistência, teremos as seguintes configurações:



Figura 1 Medição com ponte de Wheatstone

As resistências dos cabos, dos contatos, podem ser importantes e somam-se à resistência do transdutor. Desta maneira, existem vários tipos de montagens que podem ser realizadas, buscando minimizar esses efeitos: (a) dois fios, (b) três fios e (c) quatro fios.

2 Ligação a dois fios

Como se vê na figura 2, dois condutores de resistência relativamente baixa RL1 e RL2 são usados para ligar o transdutor Pt 100 (R4) à ponte do instrumento de medição. Nesta disposição, a resistência R4 compreende a resistência do Pt 100 mais a resistência dos condutores RL1 e RL2. Isto significa que os fios RL1 e RL2 a menos que sejam de muito baixa resistência, podem aumentar apreciavelmente a resistência do transdutor e conseqüentemente diminuir sua sensibilidade e precisão.


Figura 2 Ligação do Pt 100 a dois fios

Tal disposição resultará em erro na medição da temperatura, a menos que haja algum tipo de compensação ou ajuste dos fios do transdutor de modo a equilibrar esta diferença de resistência. Deve-se notar que, embora a resistência dos fios não se altere, uma vez já instalado, os mesmos estão sujeitos às variações da temperatura ambiente, o que introduz uma outra possível fonte de incerteza na medição. O método de ligação a dois fios, somente deve ser usado quando o transdutor estiver á uma distância de aproximadamente 3 metros. Concluindo, neste tipo de medição a dois fios, sempre que a temperatura ambiente ao longo dos fios de ligação variar, será introduzido um erro na leitura de temperatura do instrumento de medição, devido à variação da resistência de linha .

3 Ligação a três fios

Esse é o método mais utilizado para termorresistores (Pt 100) na indústria. Neste circuito a configuração elétrica é um pouco diferente, fazendo com que a alimentação fique o mais próximo possível do transdutor, permitindo que RL1 passe para o outro braço da ponte, balanceando o circuito. Na ligação a dois fios, as resistências de linha estavam em série com o transdutor, agora na ligação a três fios elas estão separadas.


Figura 3 Ligação do Pt 100 a 3 fios

Nesta situação, tem-se a tensão AB, variando linearmente em função da temperatura da Pt 100 e independente da variação da temperatura ambiente ao longo dos fios de ligação. Este tipo de ligação garante relativa exatidão, mesmo com grandes distâncias entre o transdutor e o circuito de medição.